Pra quem não sabe, o Minas Trend é semana de moda, estilo SPFW, que acontece em Minas Gerais. O evento surgiu para fomentar a indústria da moda mineira, com o objetivo de aproximar fabricantes e lojistas e hoje é a principal plataforma de geração de negócios do setor no Brasil.
Nessa última edição, cujo tema foi “Tecendo Futuros” eu participei em conjunto com a rádio Jovem Pan. Nós fizemos uma ação que levou aos participantes do evento uma mini consultoria da Re-forma Visual. Quem passou pelo lounge da rádio pôde realizar um diagnóstico da própria imagem pessoal e receber algumas dicas e ferramentas para implementar mudanças na relação com a própria imagem pessoal.
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Primeiramente eu queria agradecer à Jovem Pan e à Código Plus pelo convite para fazer parte do longe da Jovem Pan no Minas Trend. Foi incrível! Já é o meu terceiro ano no Minas Trend e fica cada vez melhor!
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Nessa temporada eu não consegui acompanhar os desfiles, mas quero compartilhar com vocês o que me chamou atenção.
Observa-se todo um movimento global em prol de uma moda mais consciente e atemporal. Por isso mesmo ficar falando de tendência vai ficando cada vez menos essencial. Porém, acompanhar o rumo das tendências não deixa de ser importante já que a moda é um movimento social (pq é sobre gente!) que antecede ou acompanha mudanças sociais e históricas. E toda tendência conta uma história!
Nessa temporada eu quero destacar quatro pontos que me chamaram a atenção:
Outono/Inverno 2020
Logo na abertura essa edição já mostrou que teremos um inverno mais clean, moderno (diria até urbano!), minimalista e claro.
A paleta de cores veio repleta de brancos, off-white, cru, nudes, e nuances mais pálidas de rosa e dourado. Nas silhuetas vimos caimentos mais soltos (até oversized), sobreposições e cinturas marcadas com destaque para a roupa sem gênero, na qual blazers e sobreposições de saias sobre calças deram a tônica da democracia de estilos.
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O metalizado também apareceu, principalmente em tons prateados, seja em tecidos ou acessórios. E, por falar em acessórios, esse é o meu segundo tópico.
Acessórios
Tenho observado há algum tempo uma tendência por acessórios maiores, mais dramáticos, assimétricos e urbanos. Em todas as últimas feiras em que estive haviam sempre várias opções de assimetria e conjuntos formados por peças diferentes. Também aparece forte a tendência do reaproveitamento de materiais como madeira e alumínio reciclado.
Especialmente nessa edição do Minas Trend pude conhecer pessoalmente a Soneto Jewelry. Marca carioca que vem bem com essa proposta, veja a descrição da própria marca:
“O que moveu a criação da Soneto é o desejo de desenvolver acessórios autênticos e a ideia de que joia não é apenas ouro e prata, e sim qualquer material em que se possa exercer uma ação criadora bem como a beleza, que não deve haver regras, e sim múltiplas formas. Pensando nessa diversidade criamos joias feitas em borracha flexível e aço inox, o que minimiza a incidência de alergia”.
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Eu, particularmente, tenho ficado bem capturada pelos acessórios. Gosto bastante dessa proposta de impacto, mais urbana, e cada vez mais reforço a minha ideia de que os acessórios são a cereja do bolo quando o assunto é o que vestimos!
Passarela Têxtil
Nessa temporada o Minas Trend contou com um desfile das principais industrias têxteis de Minas. Foi a chamada “Passarela Têxtil”.
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Toda essa edição trouxe o algodão como protagonista, ligado diretamente ao tema do evento, #Tecendofuturos, em que ressalta a importância do algodão, produto base da cadeia produtiva. É bom lembrar que a produção de algodão tem uma série de problemas ambientais.
A produção de algodão é responsável por cerca de 24% de todo o consumo de inseticidas e 11% dos pesticidas da agricultura. Além de demandar um alto consumo hídrico. O Brasil lidera a posição de maior fornecedor global do produto certificado. E em função dessas questões temos visto o crescente uso de algodão orgânico.
Essa passarela mostra, na verdade, uma tendência, que já vemos há algum tempo, de valorização das fibras naturais como algodão, linho, etc.
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Palestras
Essa edição contou também com palestras de peso e eu gostaria de destacar André Carvalhal e Carla Lemos, trazendo temas de uma moda mais consciente, democrática e representativa.
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Esse movimento é importante uma vez que a moda enquanto promotora de saúde e bem estar está diretamente relacionada com o conceito de representatividade.
Percebam que o futuro parece já estar aqui. Vemos mais diversidade (de materiais, propostas, pessoas, tecidos, etc), silhuetas menos marcadas por gênero, uma paleta de cores que remete ao futurismo e uma preocupação maior com a origem e impacto dos materiais utilizados.